O mundo está confuso no que diz respeito à forma como as
pessoas se relacionam. A sensação que tenho é que a maioria das pessoas não
sabe o que quer e quando acham que sabem, duvidam.
Somos provavelmente a geração mais baralhada de sempre, neste
campo. O que antes era claro, nos moldes da realidade vivida, parece-nos hoje
estranho! E é estranho! Não estamos a viver na mesma a realidade que as
gerações anteriores nem no mesmo tempo, as coisas modificaram-se. Digamos que
“evoluímos” e evoluímos na forma como nos relacionamos, sofremos muitas
modificações em pouco tempo como: a velocidade a que corre o tempo, o acesso à
informação e tudo o que temos disponível para fazer e aprender atualmente.
Contudo, apesar disso não mudou o sentido em que nos relacionamos, fazemo-lo
porque faz parte da nossa natureza precisar de amor: querer ter e dá-lo.
Perdemos a simplicidade de sentirmos as coisas desta forma,
de deixarmos o tempo fluir e correr como deve de ser. Passámos a viver em
urgência e ansiedade permanente, em escrutínios exigentes e critérios
inalcançáveis, queremos tudo e não damos nada. Queremos pouco e achamos
suficiente, queremos alguma coisa que de
preferência não nos faça sair da zona de conforto ou ponha em causa o nosso
estilo de vida. Queremos um amor à nossa medida, como um fato de alfaiate, tudo
feito de acordo com o nosso molde.
Opta-se pelo mais fácil, os relacionamentos descartáveis
onde apenas se recorre pela gratificação imediata que só o sexo sabe dar, quando
canalizado apenas para isso. E assim, segue-se de insatisfação em insatisfação
convencidos que é por ai o caminho certo. Sem grandes mazelas ou envolvimento,
porque a vida são dois dias e mais vale aproveitar o que tenho agora, não deixar voar… ou ter de procurar alguma coisa nova que dê trabalho.
O superficial pelo superficial. Não é nada de novo, sempre
aconteceu…só que o que antes acontecia ocasionalmente, nos dias de hoje é
pratica comum. Muito se espantam as pessoas pelo vazio que sentem, pelos
interesses pouco profundos que vão cultivando e pelo desinteresse generalizado.
O medo, ganhou.
Quando não invisto, quando não me dou e quando não deixo os
outros me darem o melhor que têm, não vou receber nada de bom em troca. O amor
é uma dádiva, só acontece para quem tem coragem e se deixa ir, para quem espera
um pouco mais e não tem receio em reconhecê-lo. Quando se sabe o que se merece,
dificilmente se volta atrás.
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