Inevitavelmente, mesmo sem procurar um dia chega.
Ou porque estamos mais vulneráveis, ou porque a vida nos
corre mal, ou porque achamos que existe uma cabala contra nós (de todo o
universo ou de algumas pessoas em particular), ou porque nos fazem sentir
assim, ou porque não acertamos, ou porque estamos tristes, ou porque ficamos
doentes, ou porque achamos que a vida dos outros é mais fácil que a nossa, ou
porque não confiamos em nós próprios…e por ai fora.
Há uma sensação de incompetência latente, de fracasso que se
resume nisto: somos um fiasco. Não nos destacamos em nada, não reconhecemos
valor em nada do que fazemos ou no que sabemos. É reduzir a existência a uma
sombra, que não deixa marca e que quase não se vê. No momento em que nos
tornamos invisíveis deixamos de existir. E é assim que o resto do mundo nos vai
ver, porque é assim que nos sentimos: desvalorizados e depreciados.
Os estados que incorporamos na vida, são todos sem exceção provisórios.
Vamos ter o dia em que alguém nos irá fazer sentir amado para além do
imaginável e o dia em que alguém que nos irá despachar sem dó nem piedade. Os
dias vão ser mais ou menos, bons, maus, péssimos e extraordinários. Uns duram mais
tempo que os outros, mas são todos passageiros. As proporções só nos atingirão
em cheio – no bom e no mau – de acordo com o nosso grau de envolvimento. Se
queremos muito uma coisa e não conseguimos chegar lá, vamos sentir-nos
frustrados e injustiçados. Se alguém nos elogia ou diz que nos ama, será a
merecida recompensa.
É tudo uma questão de perspectiva.
Hoje será melhor que ontem, e amanhã vai ser seguramente
melhor que hoje.
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