Apagar vestígios dos maus tratos sofridos na alma, no corpo
e no coração. É por isso que pecamos. Fingimos coisas que não somos. Deitamos por terra tudo o que
acreditamos. Fingimos desprendimento.
Não te minto, só te omito a verdade. Minto-me todos os dias
e todas as vezes que finjo ser o que não sou. Invento coisas. Imagino situações, crio alternativas,
enfio-me em buracos. As pessoas na rua falam a tua língua.
Eu não, mas compreendo sem saber o quê. Finjo que quero
pouco. Em cada encontro finjo.
E pecamos vezes sem fim. A vida apodrece à volta. Finjo que
não há amor. Cumprem-se vontades como quem pica o ponto.
Obrigações. Tudo camuflado em suor. Com sexo não se promete
nada. É mentira. São ideias que se compram na resposta à condição humana.
Pecamos. Fingimos que o amor é mal menor. Desnecessário. E
continuamos a pecar.
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