Conversas imaginárias

Outro dia dei por mim a pensar em tudo o que te poderia dizer.

Tanta coisa, que foi difícil estruturar o pensamento. Primeiro, saiu tudo ao monte como se tivesse de despejar uma gaveta. Nem eu percebi bem, tudo o que disse ou que teria de dizer. Se nem eu percebo, como irias perceber? Voltei a arrumar tudo, para começar por partes. É terrível, tenho sempre vontade de dizer tudo ao mesmo tempo, sem lógica, sem encadeamento, desenfreada, meia louca.

Depois tive dificuldade em arrumar os temas por importância. Parece-me tudo importante, tudo urgente, tudo vital. Pensar assim acelera-me a pulsação, a respiração, altera-me a ordem das palavras. É um mix de adrenalina com ansiedade, água que ferve em ebulição.

E fico a pensar. Oriento as ideias em tudo o que tenho para te dizer. São milhares e milhares de boas palavras. Queria que alguém me oferecesse este conjunto de palavras, que me fizesse sentir especial, que depositasse a esperança da humanidade em mim, como eu deposito em ti. É demais, até para mim! Aqui a intensidade queima mas também aquece. Terás de tudo um pouco em muito. Não sou mulher de metades. Dou tudo ou nada. Sou tudo.
Nada acontece como se planeou.

Nunca há tempo para as coisas que são realmente importantes. Talvez não sejam importantes, pelo menos para um dos lados.
Engole-se tudo. Fica o silêncio.

Nada de novo.


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