A solidão imposta, a solidão por vontade própria ou por
circunstancias da vida. Sei que existem muitas pessoas que optam pela solidão
de forma consciente e sentem-se bem com isso, mas para mim não faz parte da
nossa natureza. Precisamos dela como reflexão, silêncio ou isolamento mas por
um período de tempo e não em permanência, somos seres sociais, precisamos de
companhia e de afeto. E é tão natural como respirar, é assim que somos. Nós os
humanos precisamos de amor – primeiro do amor próprio que podemos encontrar na
solidão, como uma importante conquista pessoal e imprescindível para
aguentarmos o dia-a-dia, mas superando essa parte, precisamos uns dos outros
para complementar a nossa vida. Somos uns com os outros e uns pelos outros… se
não é assim, devia!
A nossa sociedade não colabora neste ponto, empurra-nos para
uma solidão não desejada e em alguns casos, quase forçada. Se pensarmos na
nossa família percebemos logo isso, somos obrigados a trabalhar quase até
morrer… quem tomará conta dos nossos pais ou dos nossos avós? Dos nosso irmãos?
Quem tomará conta de nós? O ritmo de vida, o stress e as preocupações
tiram-nos, por vezes, a vontade de estar
com outras pessoas e mesmo quando a vontade existe, a rotina pode não permitir…
Esgotam-nos a energia e a vontade de nos
darmos, de convivermos com o pretexto de não querermos ser incomodados.
É um tema que me aflige, confesso. Eu gosto dos meus
momentos de solidão…aliás preciso mesmo deles, não os sinto como um fardo, são
tão necessários como beber água. Por outro lado – a solidão – carrega o peso da
tristeza que não é nada positivo, empurra-nos para lugares não desejados e
nesse sentido assusta-me. Tenho medo de ficar sozinha e de deixar outros
ficarem sozinhos, por egoísmo. É por isso que existimos, para criarmos laços…fortes
que nos ligam a outras pessoas e que não se quebram. É assim que eu vejo as
coisas.
Ainda existem pessoas que estão sozinhas mesmo acompanhadas
e sem se aperceberem disso… as pessoas que julgam que a terra e o sol giram à
sua volta, que só conseguem pensar em si próprios e nunca nos outros. Pessoas
que nunca mudam, acham que os outros é que devem insistir com eles, procura-los,
desejar a sua presença… pessoas que repetem comportamentos sempre com a
desculpa das circunstâncias ou de ter sido sempre assim. Felizmente tenho
encontrado muito poucas pessoas assim, quando me cruzo com uma pessoa destas, sinto
um vazio imenso… nunca serão felizes, e isso entristece-me, mesmo quando é
opção própria.
Enfim… não se pode mudar o mundo ou uma pessoa só porque se
deseja o melhor. O livre arbítrio do próprio está sempre primeiro. Que a solidão seja sempre um caminho de passagem para um "lugar" melhor, só e apenas isso.
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Olá Sofia,
ResponderEliminarEste teu post é interessante, mas a solidão e a intersecção dela com o ser humano é algo muito dificil de entender, mas sempre bom para dialogar àcerca.
Gostei da parte em que dizes que quando notas uma pessoa destas sentes um vazio imenso.
Eu gostava de ter uma lente mágica igual à tua para poder detectar isso também. :)
Até ao próximo.
Bruno Gomes
É verdade. Pior é também a solidão quando estás acompanhado... ai é um vazio enorme, estares com uma pessoa que não podes contar, é uma experiência que ninguém deveria passar. Mas é como tudo...aprende-se.
ResponderEliminarSobre a lente mágica, há coisas que se sentem :)
Obrigado pelo teu comentário