Fizemos as pazes

Existem personagens que nos marcam e que alimentam a nossa imaginação, o James Bond é uma delas.

Os homens sonham ser como ele as mulheres sonham em estar com ele, acredito que para alguns homens e mulheres a situação até se inverta. No fundo o que importa é que todos nós, num momento qualquer da nossa vida gostaríamos de ser um James Bond ou um super herói qualquer. O James Bond é um homem como outro qualquer, sangra, aleija-se, aparentemente parte-se todo sem danos de maior, tem crises de idade e traumas por resolver, é humano como todos nós mas com mais vidas que os gatos.

A par disso tudo, é charmoso, sexy, veste-se lindamente, é um homem com presença, inteligência, um perfeito espião com um british accent inesquecível. Até o mau lhe fica bem, alguma arrogância e presunção, o toque de machista predador e o excesso de testosterona (que pode não ser necessariamente mau…) são toques de imperfeição que sublimam os defeitos.

Na minha imaginação, o James Bond é um homem moreno (o que não faz muito sentido, é inglês!)… mas adiante… e por isso o Pierce Brosnan cumpriu esse papel na perfeição. Sim, o homem é Irlandês mas o físico correspondia sem tirar nem pôr ao meu James Bond ideal, sem grande esforço um mix entre beleza, inteligência e uma tonelada de charme – Perfeito. O Sean também cumpriu muito bem o papel… depois o Roger Moore só não me desmoralizou porque era adolescente e queria apenas ver filmes de aventura… e estes são contagiantes.

Depois do Brosnan, inventaram de pôr este homem o Daniel Craig. Ele que já era um actor conceituado e com uma carreira longa… e completamente fora do meu perfil de James Bond. Estavam a querer o quê com isto? Um homem que parece ucraniano (malta da Ucrânia… desculpem mas foi a primeira reação a quente!) a fazer de James Bond… sim tem o british accent de sempre e provavelmente o melhor corpo de sempre também, mas ainda assim… se queriam meter um “armário” destes deviam tê-lo encaixado num filme de pancadaria labrega.

Agora, quatro filmes depois… e só depois do Skyfall a minha perspectiva mudou. Foram precisos quatro filmes para conseguir encaixar o Daniel Craig no papel de James Bond… tive muitas muitas dúvidas, mas tenho de admitir que me conquistou. Quando fecho os olhos o James Bond que vejo é o Daniel Craig, é um homem imponente (continua a não se encaixar no meu ideal de beleza) mas é inglês, com pose, com o sotaque perfeito, os fatinhos do Tom Ford assentam-lhe como uma luva, mesmo estraçalhados por uma bomba!

Não foi só o Skyfall que me fez mudar de opinião, a Rachel Weisz também contribuiu para ver o Daniel Craig de outra forma. O que é que ela viu nele que não estou a perceber? Vá, não é o óbvio… Eu acho-a maravilhosa, uma espécie de ideal… não só porque é bonita, mas porque há qualquer coisa nela que passa luz, força, presença e eu gosto disso, prende-me a atenção.

Uma mulher como a Rachel não se iria enganar a escolher o homem certo.

I rest my case.



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