Quando muda a estação, chegam as grandes arrumações do ano!
Empacota-se o Verão e solta-se o Inverno e vice-versa...todos os anos a mesma tradição, faz-se a triagem do que fica e do que vai, do que faz falta, do que se deita fora e do que se dá... é uma limpeza na alma também!
Este ano para além da habitual arrumação, deu-me para deitar fora papelada que acumulo... e os srs do IRS que me desculpem...mas deitei fora também papeladas daquelas que eles gostam...nem quis saber! Olhem está tudo no eco ponto azul...podem ir lá lamber papel!
No meio disto tudo, encontram-se coisas hilariantes, o top são as cartas! As cartas que trocava com amigas, amigos, com a minha prima, amores, pen friends... tão engraçadas! Há de tudo...postais de aniversário e de natal, recortes, guardanapos, papel vegetal, papel preto escrito com caneta prateada, enfim uma imensa variedade. Encontrei bilhetes de avião, mapas de cidades, entradas em museus até uma entrada no S. Jorge numa sessão de cinema à tarde!!!
Também encontrei um postal que o meu avô me enviou em resposta a uma carta que lhe tinha enviado nas férias, escusado será dizer que chorei. Encontrei cartões da escola antigos, facturas, contas, notas e moedas, recados guardados, convites para casamento, diários, telemóveis antigos, cassetes audio (sim CASSETES!!!) recortes de jornais, revistas sobre os Doors, a coleira do gato, recebidos de vencimento, uma montanha de fotos em família: em férias, com a gata com o cão, na serra, na praia, agendas com contactos e apontamentos...eu sei lá! Uma vida inteira aos bocados enfiados em caixas! Quase que pareciam coisas de outra vida...
O momento alto da minha cruzada arqueológica: um envelope cheio de bilhetes de concertos! Daqueles bilhetes de concertos que valia a pena guardar, personalizados, bonitos... que deixaram de existir porque a produção devia ser caríssima! Verdade seja dita, não havia esta montanha de concertos que temos agora, os concertos eram momentos especiais e espaçados no tempo... não fazíamos parte da rota dos artistas top, como fazemos agora, por isso cada concerto era um evento! Não que agora não sejam, mas são acontecimentos mais banalizados e os músicos andam por cá com mais regularidade.
E depois já não se fazem concertos em Alvalade no antigo Estádio! E esses eram os concertos do ano!!! O meu primeiro concerto em Alvalade: Bryan Adams...foi um concerto fabuloso! Com uma entrada atribulada, ainda não havia os gradeamentos ordenados, como temos agora, e eu e minha irmã fomos arrastadas pela multidão... por sorte não ficamos esmagadas porque a minha irmã teve a destreza de se agarrar a um poste de electricidade, trepamos um caixote do lixo e ali ficamos até a multidão acalmar para podermos entrar...
Não havia Rock in Rio ou Alive, o mais parecido com isso deviam ser as semanas académicas! Tínhamos os concertos do Coliseu (que continuam a ser uma referência), no Pavilhão Carlos Lopes, no Johnny Guitar, no Garage e no mítico Dramático de Cascais (já desaparecido).
No dramático assisti ao meu primeiro concerto: Suzane Vega! E foi também no dramático que assisti a alguns dos concertos mais marcantes de sempre para mim: Pearl Jam na tour do No Code e Nirvana na tour In Utero. Os Pearl Jam foram mágicos como sempre, absolutamente fabulosos! Os Nirvana também foram bons (mas a léguas dos Pearl Jam), muito pouco interactivos com o público...mas percebe-se porquê, umas semanas depois o Kurt Cobain suicidou-se.
O mais engraçado, é que cada bilhete tem uma história por trás. Seja porque motivo for, não foi apenas uma ida a um concerto, foi um acontecimento. Esta foi a constatação mais fantástica desta descoberta no meio das arrumações. Um bilhete uma história e eu tenho uma mão cheia delas!
xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... Tudo bom!
ResponderEliminarO menos "bom" foi essa da Daniela que no dia em que se realizou, no estádio do Restelo, o vento levou as canções para o Tejo. Mas ainda assim houve a a maluqueira de saltar das bancadas para o relvado para nos juntarmos ao resto da malta. Se fosse hoje nem pensar...pensei que me ia partir toda e sair dali de maca e perna partida..."gandas" doidas. A ana ali pendurada que parecia um frango espichado...entre o relvado e as grades das bancadas e toda a gritarmos "salta, salta! Largas as mãos ana, larga..." ahahahahahahahahah
Bancada??? Saltamos o muro!!!!! ahahahahaha não sei como não nos partimos todas!!!! Doidas de todo!!! Eu no concerto de metálica, ia ficando sem mochila...o janado que me agarrou a mochila assustou-se com o ralhete que lhe dei...e soltou a alça! ahahahahahah
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