Avançar para o conteúdo principal

As importâncias

Enerva-me a minha própria fraqueza!

O querer estar contigo e não conseguir dizê-lo, como se alguma coisa me impedisse e o único impedimento sou eu. A vida anda para a frente e nunca para trás mas eu sinto que dou três passos à frente e cinco para trás, sem nunca conseguir apanhar o ritmo certo para estar onde devo.

E depois chegaste tu, para me trocares as voltas quando já estava tudo encaixado e arrumado! É sempre assim, quando "terminamos" uma missão, chega logo outra para nos empurrar para o desconhecido. Pior, é sempre quando achamos que precisamos descansar e meditar sobre outras questões, engavetando o amor no fundo de um armário que fechamos a sete chaves.

E depois chegas tu, pé ante pé, sorrateiro a espreitar por trás da porta, discreto, quase imperceptível... Mas ali, a levantar suspeitas, com alguns porquês e comos, sem resposta. Eu vi-te chegar, mas fingi não ver, nem me quis interessar. Omiti-te isso, assim como outras coisas... Por desconfiança e algum medo. Não te quis dar importância, não me quis dar importância, na lógica falhada do que não importa o tempo leva.

E o tempo não levou, foi sempre te trazendo todos os dias um pouco mais na minha direção, e eu a fingir não ver... Fiz todos os esforços para te ignorar, para te responder mal, fui incorreta, seca, desinteressante... Fui parva. Foram actos conscientes na inconsciência da tentativa de fuga, como se fosse possível fugir do inevitável. 

O inevitável que eras tu.

A minha persistência em fingir não ver, aguçou a minha curiosidade, o fogo queima mas ainda assim aproximo-me para ver de perto... Que mistério foi este que te trouxe até mim? Continuo sem saber...

Agora sinto que é tarde para voltar ao início, os danos irreparáveis estão feitos, abriu-se a caixa de Pandora. O desconhecido encerra tudo o que quero descobrir já...
Deixas-me?


Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Não devemos voltar a onde já fomos felizes

Hoje acordei com esta expressão na minha cabeça: “não devemos voltar a onde já fomos felizes”. Sempre que penso nisto, e cada vez mais me convenço, que está completamente errada. Na prática, acho que a expressão tem a ver com pessoas e não com lugares. Não voltarmos a onde já fomos felizes, ou seja, não voltar para determinada pessoa. O local acaba por vir por acréscimo, já que as memórias não ficam dissociadas de situações, locais ou pessoas. Mas é sempre por aquela pessoa específica, que não devemos voltar atrás e não pelos  momentos felizes que se viveram naquela praia ou no sopé daquela montanha. É o requentado que não funciona… ou não costuma funcionar. Acredito que para algumas pessoas dê resultado, mas de uma forma geral, estar sempre a tentar recompor uma situação que não tem concerto, não tem mesmo solução! Mesmo quando existe muito boa vontade e uma boa dose de amor. Voltando aos locais, que é isso que me importa. A história reescreve-se as vezes que forem...

Família com F maiúsculo

Quis o destino ou as coincidências, para os mais céticos, que os meus pais fizessem anos em dias seguidos. O meu pai a 18 de Dezembro e a minha mãe a 19 de Dezembro, no fim do Outono em anos diferentes. O mesmo mês, a mesma altura do ano, quase os mesmos dias, o mesmo signo. Tantas conjugações o que os torna diferentes mas ao mesmo tempo muito parecidos. São como o próprio Sagitário, fogo do fogo em dobro, muito em tudo e muito pouco em quase nada o que faz com que sejam ambos personalidades marcantes e pessoas inesquecíveis. Não digo isso porque são os meus pais (mesmo que não seja isenta), as pessoas que os conhecem podem atestar. Cada um com as suas singularidades, com as suas características, únicos em si e por si mesmos como equipa. Foram dois que passaram a quatro e que agora já são seis, cresceram a multiplicaram-se. Como estamos em época natalícia e em comemoração dos respetivos aniversários e os parabéns e felicidades estão sempre subjacentes, quis que hoje a minha fe...

Guns N Roses - Alvalade 2 Julho 1992

O concerto que não aconteceu porque eu não fui. É de todos os que não fui, aquele que mais me marcou, por uma série de acontecimentos. Queria mesmo ter ido! Foi o apogeu do Axl Rose, como se comprovou mais tarde… nunca mais voltou a ser o mesmo, aliás os Guns tornaram-se uma bandalheira que ficou presa naquele tempo. Não conseguiram cimentar o percurso musical para além daquele período histórico. Adiante… 1992 foi o ano do cão para toda a nossa família, começou com o desfecho tenebroso em 1991 com os AVC’s do meu avô e com o morte dele em Março. Depois disso piorou com a crise de apêndice da minha irmã, que era supostamente uma coisa simples para uma operação de meia hora e demorou 3h! Ainda por cima a minha irmã estava a começar a época de exames de acesso à universidade, o último ano da PGA. Digamos que 1992, foi o ano dos anos… O concerto só seria em Julho, a minha irmã já estaria boa e íamos com a minha prima e outra amiga. Como filha mais nova, não poderia ir sozi...