Avançar para o conteúdo principal

Pedido de Desculpa

Deves um pedido de desculpa a alguém?

É a pergunta que me fica a matutar e não a outra: o que dizem os teus olhos?
Os meus olhos provavelmente dizem muito mais do que a minha boca e já que não emitem palavras, também não vou aprofundar o tema por ai. Eu também não sou uma pessoa de muitas palavras…ou até sou…enfim. Alguns dias mais do que outros…

Em relação à pergunta inicial, provavelmente sim…

Porque uns dias sou um bocadinho bicho-do-mato, porque nem sempre tenho paciência, porque não sou fácil, porque sou excessivamente desconfiada com as boas intenções dos outros e porque tenho sempre pé atrás qual sou alvo dessas mesmas boas intenções. Como se costuma dizer: “não há almoços de borla”…

Sim, é provavelmente um exagero da minha parte. Mas quando se abrem flancos e nos provam que cedemos para a pessoa errada, torna-se difícil não passar o resto da humanidade pelo raio-x: safety rules!

Errar é humano, e todos temos o nosso quinhão. Não que os meus erros me pesem em demasiada, claro que dependem sempre da proporção e tudo o que fiz de muito muito errado, demorei algum tempo a resolver, a catalogar e a arrumar… coisas que apenas se conseguem com tempo.

Ás vezes devia mesmo pedir desculpa por algumas coisas que digo, porque me encho com o que é certo ou politicamente correcto e deixo-me levar, como se fosse dona da razão. E acontece que o outro lado também tem um ponto de vista, que por ser diferente, não quer dizer que não seja igualmente válido…tanto ou mais do que o meu.

Se devo um pedido de desculpa a alguém… sim, pelo meu feitio de merda que me complicada a vida em algumas circunstâncias…

Não é pedir desculpa por ser assim, entenda-se que isso só com tempo e treino se consegue melhorar… é perceber que é um menos que eu tenho, e que esse menos não só me prejudica de quando em quando, como pode involuntariamente "prejudicar" outra pessoa. 

Desculpa.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Não devemos voltar a onde já fomos felizes

Hoje acordei com esta expressão na minha cabeça: “não devemos voltar a onde já fomos felizes”. Sempre que penso nisto, e cada vez mais me convenço, que está completamente errada. Na prática, acho que a expressão tem a ver com pessoas e não com lugares. Não voltarmos a onde já fomos felizes, ou seja, não voltar para determinada pessoa. O local acaba por vir por acréscimo, já que as memórias não ficam dissociadas de situações, locais ou pessoas. Mas é sempre por aquela pessoa específica, que não devemos voltar atrás e não pelos  momentos felizes que se viveram naquela praia ou no sopé daquela montanha. É o requentado que não funciona… ou não costuma funcionar. Acredito que para algumas pessoas dê resultado, mas de uma forma geral, estar sempre a tentar recompor uma situação que não tem concerto, não tem mesmo solução! Mesmo quando existe muito boa vontade e uma boa dose de amor. Voltando aos locais, que é isso que me importa. A história reescreve-se as vezes que forem pre

Nirvana no dramático de Cascais

Apropriado para esta semana, em que fui ver o documentário sobre a vida do Kurt Cobain.  Fiquei a entender porque se apresentou em Cascais completamento apático. O concerto aconteceu a 6 de Fevereiro 1994 e o Kurt cometeu suicídio a 5 de Abril do mesmo ano. Não devia estar no auge do contentamento... No palco esteve apenas para fazer o que lhe competia com nenhuma interacção com o público. Apenas cantou e tocou, sem dirigir uma única palavra ao público presente. Na altura achei aquilo demais, e fez-me gostar menos de todo o concerto. Só que eram os Nirvana e a eles tudo se perdoa. Recordo do meu pai me dizer: "olha aquele tipo que foste ver no outro dia, morreu. Estava a dar nas noticias." Acho que nem fiquei surpreendida, talvez suspeitasse que seria o desfecho lógico.  Sempre achei que o Kurt Cobain era um homem denso, profundo e melancólico e comprovou-se com o documentário.  Não iria dar para viver mais do que foi. A vida não foi fácil para o Kurt, um tipo se

Guns N Roses - Alvalade 2 Julho 1992

O concerto que não aconteceu porque eu não fui. É de todos os que não fui, aquele que mais me marcou, por uma série de acontecimentos. Queria mesmo ter ido! Foi o apogeu do Axl Rose, como se comprovou mais tarde… nunca mais voltou a ser o mesmo, aliás os Guns tornaram-se uma bandalheira que ficou presa naquele tempo. Não conseguiram cimentar o percurso musical para além daquele período histórico. Adiante… 1992 foi o ano do cão para toda a nossa família, começou com o desfecho tenebroso em 1991 com os AVC’s do meu avô e com o morte dele em Março. Depois disso piorou com a crise de apêndice da minha irmã, que era supostamente uma coisa simples para uma operação de meia hora e demorou 3h! Ainda por cima a minha irmã estava a começar a época de exames de acesso à universidade, o último ano da PGA. Digamos que 1992, foi o ano dos anos… O concerto só seria em Julho, a minha irmã já estaria boa e íamos com a minha prima e outra amiga. Como filha mais nova, não poderia ir sozi