Eu enfrento, sempre enfrentei… para o bem e para o mal.
Mas hoje, quero fugir, fugir e fugir. Para longe, para o
desconhecido, para o inexplorável, sem corda, sem roupa, sem segurança, sem
nada. Seja o que for, hei-de enfrentar.
Já venci dragões, monstros de baixo da cama, aves de rapina,
escarpas ingremes, buracos de lodo e nunca olhei para trás. Segui em frente,
recompus-me, mudei de faixa de rodagem e continuei o caminho. Umas vezes
sozinha, outras acompanhada, umas vezes
às escuras, outras encadeadas pela luz, com frio e com calor… fui e enfrentei.
Não quero ficar para ver a montanha cair, nem assistir na
primeira fila ao tsunami que se avista. O mar vai abrir-se e eu quero passar
pelo meio e chegar sã e salva à outra margem, com coragem e determinação. Se
tiver de nadar, nado, mas garanto que nunca me irei afogar. A única coisa que
alguma vez me irá afogar é o amor todo que tenho dentro de mim para dar, solto,
avulso para quem o merecer, sem retorno, para quem o aceitar a bem com tudo o
que sou e tenho.
Eu enfrento, sempre enfrentei. As tropas nunca deixam de
patrulhar as fronteiras nem de inspecionar o mar, o estado de vigilância é
permanente, na expectativa do inesperado… que acaba por acontecer a quem o
procura, mais cedo ou mais tarde. Chega sempre.
Arregaça as mangas e enfrenta o caminho, prevê-se longo, mas
estás preparada.
* Citação de: António Machado (autor Espanhol, nasceu em Sevilha em 1875. Foi uma das grandes figuras da chamada «Geração de 98»)
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