Lição do dia

Se o arrependimento matasse, estaria fulminada!

Dei por mim a vasculhar nas pastas perdidas do meu e-mail pessoal e encontrei coisas tão engraçadas, trocas de e-mails tão divertidas, coisas bonitas essencialmente. Depois resolvi continuar a procurar outras trocas, mas nada… e lembrei-me: ups apaguei tudo!

Recordo que em tempos criei uma pasta onde depositei tudo ao monte, como se faz com a tralha velha. Num dia menos bom, devo ter feito o delete completo, sem hipótese de reverter.

Pois é, o fim das histórias, relações ou seja lá o que for tem sempre este quê de dramático! Eu resolvo assim, apago tudo, devolvo tudo, deito fora como se isso fosse apagar as memórias ou o sofrimento. Não deixa de ser terapêutico, mas depois passado algum tempo perde-se no tempo o que foi mau e o bom também, no impulso apenas do lado mau. Isso é uma treta…não vai resolver nada, muito menos apaga o quer que seja. Só torna ténue os factos do passado e perde-se o fio à meada.

Eu sei que partilhámos coisas giras, textos e textos, imagens, fotografias, quilómetros de palavras em momentos diferentes da vida, ideias que tive, conversas sérias,  piadas, amores e desamores e pouco ou nada restou disso, pelo menos na minha caixa virtual. As cartas partilhadas por correio, guardo-as como um tesouro, essas ficam para sempre comigo. Talvez tenha mais respeito por elas, por serem em papel, porque era mais nova e mais leve e as coisas nesse tempo eram vividas de forma diferente. E como não guardo rancor, não guardo o que o poderia alimentar. E é uma estupidez, vendo bem…

Por outro lado, se resolvi as coisas assim na altura, foi o mais certo para mim. Não andei a reler tempos intermináveis coisas que já não faziam sentido, eu conheço-me, iria cair em tentação! Assim, longe da vista, longe do coração e de tudo o resto.

E se um dia quiser escrever as minhas memórias? Pois é… não tenho estas peças importantes da minha história. As pessoas que ficam e as que vão, são importantes no seu momento e isso é incontornável, com ou sem sofrimento. Não se pode apagar o que se viveu, só porque assim o desejamos.

Foi por ter encontrado partilhas deliciosas que isto me despertou para esta realidade. Que chatice… não devia ter apagado as palavras simpáticas e algumas das outras também não. Agora já não posso fazer nada… só não voltar a repetir. 



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