Avançar para o conteúdo principal

Testing

Às vezes fazem-se coisas contra a nossa natureza, só porque também é necessário contrariá-la. Até para nos testarmos, essencialmente isso.

Mas a conclusão final é que apesar dos testes, aquilo que somos e aquilo que temos em nós, tem um centro de gravidade muito forte que nos torna verticais e nos dá coerência. Claro que não invalida que uma vez por outra, não sejamos incoerentes. A vida é uma descoberta diária, em todas as suas vertentes.

E fazer o oposto do que é correto ou do que é habitual em nós, pode simplesmente indicar que tentámos fugir da nossa zona de conforto. Dar um passo em frente e por vezes vir dois para trás, só assim é que sabemos o que funciona ou não. O não é sempre garantido, mas pode ser um sim, temos o 50/50 reservado.

De qualquer modo, aquilo que nos define é o certo. É a nossa verdade, o que nos deixa confortáveis, a nossa consciência fica em paz. No fundo sabemos que apesar de termos testado uma atitude diferente, não somos aquilo, não somos assim. Tentamos, fizemos o possível ou por algum motivo não correu bem pelas circunstâncias e iria sempre correr mal, porque não somos assim. Os factos forçaram-nos a mudar, porque tinha de ser, mas no fim das contas não conseguimos fugir do que somos. 

Se pensarmos bem, passamos uma vida inteira a tentar definir-nos e a tentar encontrar um caminho que nos preencha e que seja o nosso reflexo, mas que todos os dias pomos em causa, para percebermos a profundida da nossa convicção. 

E errar todos erramos. E até ai, no mais profundo do nosso amago, temos sempre arestas para limar. Desde que se consiga perceber isso, não faz mal testar. O que resulta para mim não tem de resultar para o outro, é a lei da vida. Somos todos complementares na nossa diferença e é isso que torna a diversidade das pessoas, linda!


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Não devemos voltar a onde já fomos felizes

Hoje acordei com esta expressão na minha cabeça: “não devemos voltar a onde já fomos felizes”. Sempre que penso nisto, e cada vez mais me convenço, que está completamente errada. Na prática, acho que a expressão tem a ver com pessoas e não com lugares. Não voltarmos a onde já fomos felizes, ou seja, não voltar para determinada pessoa. O local acaba por vir por acréscimo, já que as memórias não ficam dissociadas de situações, locais ou pessoas. Mas é sempre por aquela pessoa específica, que não devemos voltar atrás e não pelos  momentos felizes que se viveram naquela praia ou no sopé daquela montanha. É o requentado que não funciona… ou não costuma funcionar. Acredito que para algumas pessoas dê resultado, mas de uma forma geral, estar sempre a tentar recompor uma situação que não tem concerto, não tem mesmo solução! Mesmo quando existe muito boa vontade e uma boa dose de amor. Voltando aos locais, que é isso que me importa. A história reescreve-se as vezes que forem...

Família com F maiúsculo

Quis o destino ou as coincidências, para os mais céticos, que os meus pais fizessem anos em dias seguidos. O meu pai a 18 de Dezembro e a minha mãe a 19 de Dezembro, no fim do Outono em anos diferentes. O mesmo mês, a mesma altura do ano, quase os mesmos dias, o mesmo signo. Tantas conjugações o que os torna diferentes mas ao mesmo tempo muito parecidos. São como o próprio Sagitário, fogo do fogo em dobro, muito em tudo e muito pouco em quase nada o que faz com que sejam ambos personalidades marcantes e pessoas inesquecíveis. Não digo isso porque são os meus pais (mesmo que não seja isenta), as pessoas que os conhecem podem atestar. Cada um com as suas singularidades, com as suas características, únicos em si e por si mesmos como equipa. Foram dois que passaram a quatro e que agora já são seis, cresceram a multiplicaram-se. Como estamos em época natalícia e em comemoração dos respetivos aniversários e os parabéns e felicidades estão sempre subjacentes, quis que hoje a minha fe...

Guns N Roses - Alvalade 2 Julho 1992

O concerto que não aconteceu porque eu não fui. É de todos os que não fui, aquele que mais me marcou, por uma série de acontecimentos. Queria mesmo ter ido! Foi o apogeu do Axl Rose, como se comprovou mais tarde… nunca mais voltou a ser o mesmo, aliás os Guns tornaram-se uma bandalheira que ficou presa naquele tempo. Não conseguiram cimentar o percurso musical para além daquele período histórico. Adiante… 1992 foi o ano do cão para toda a nossa família, começou com o desfecho tenebroso em 1991 com os AVC’s do meu avô e com o morte dele em Março. Depois disso piorou com a crise de apêndice da minha irmã, que era supostamente uma coisa simples para uma operação de meia hora e demorou 3h! Ainda por cima a minha irmã estava a começar a época de exames de acesso à universidade, o último ano da PGA. Digamos que 1992, foi o ano dos anos… O concerto só seria em Julho, a minha irmã já estaria boa e íamos com a minha prima e outra amiga. Como filha mais nova, não poderia ir sozi...