O tema recorrente.
Que país é este que enaltece os agentes do fisco, pelo bom
trabalho na “luta” pela evasão fiscal cega do sistema?
Os cobradores de fraque do estado são os funcionários do ano,
concluo eu, que serão aqueles que salvam vidas! São eles que respondem aos apelos do 112, que
estão num bloco operatório horas a fio, que se levantam às 5 da manhã para ir
limpar escritórios, que apagam incêndios, que cuidam de idosos, que ensinam as
crianças, que recolhem animais abandonados, que distribuem comida pelos sem
abrigo, que cuidam dos doentes em estado terminal…os heróis dos nossos dias são
os cobradores de fraque.
Não que as pessoas não trabalhem bem nas suas funções e que
não mereçam ser recompensadas. Concordo plenamente, mas parece-me vergonhoso
que no contexto do estado, uns sejam funcionários de primeira e outros de
segunda. E que uns mantenham cortes, não tenham aumentos nem prémios e outros
sejam beneficiados apenas porque cobram bem impostos. Impostos estes que pagam
os salários do estado, dos políticos e de todo o parlamento que não abdicou de
nada das suas mordomias.
Que país é este?
Por uns pagam outros é isso? Os bandidos são sempre os
mesmos… que devemos ser nós que pagamos impostos. AH e claro, o Sócrates que é
o único que está preso sem acusação formal enquanto outros com gestão ruinosa
comprovada continuam por ai. Que balança desequilibrada esta.
O medo de não andarmos na linha, não nos torna nobres, torna-nos
carneiros medrosos. Cumprir os deveres fiscais ou qualquer que seja o
compromisso que assumimos é uma questão de nobreza de carácter e se o estado
desse o exemplo, como os pais devem fazer com os filhos, seriamos certamente uns
povo muito mais civilizado e cívico. Assim, o estado mantem esta postura do pai
castigador que bate no filho porque é só assim que ele aprende! E continuamos a
sonhar com Salazar a sete palmos do chão e a votar no Cavaco várias vezes só
porque esquecemos o passado, felizmente Salazar está bem morto e o Cavaco não
volta mais! Aleluia.
Portugal tem memória curta.
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