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Loyalty and Orgasms

Que combinação tão improvável!
Será um manifesto ou um pedido?
É um dois em um.

Ora vejamos.
A lealdade quase que parece uma qualidade em desuso. Temo inclusive, que se tenha perdido totalmente a noção do que é. Nos dias de hoje parece um conceito abstrato, fala-se dele, algures alguém pensa que é bom, outros escrevem sobre o tema mas poucos o sentem materializado, e todos nós sabemos, que tudo o que o Homem não vê é como se não existisse! Se falta o exemplo pratico de lealdade, é como ir à lua: sabemos que existe, até a vemos, mas nunca lá fomos… e diz-se que uns quantos andaram por lá, mas também não temos garantias que aquilo tenha acontecido.

No limite achamos que somos leais, mas lá está, como não sabemos o que é ou como é de facto ser-se leal, somos outra coisa qualquer ou uma lealdade de interpretação livre. Uma lealdade personalizada, que dota o proprietário de um conceito que lhe enche o peito, mas vazio de conteúdo. Aplica-se essencialmente a pessoas que se apresentam como seguidoras de princípios, amigas do seu amigo, honestas na forma e no trato com o outro, alguém com quem se pode contar, pessoas diretas e francas nos seus propósitos. Acham eles que são tudo isso…
Na realidade, são pessoas viradas apenas para o seu próprio umbigo, cuja a única lealdade que conhecem é designada por: egoísmo.

Várias pessoas acreditam que a lealdade corresponde à maturidade emocional. A lealdade é uma questão de moral, e é uma das bases para um relacionamento saudável entre duas ou mais pessoas. Quer isto dizer: alguém em quem é possível confiar, alguém que não falha com os seus compromissos (sejam eles quais forem, até pode ser só retribuir uma chamada, responder a uma mensagem ou não deixar um amigo pendurado com uma resposta), demonstrando responsabilidade, honestidade, retidão, honra e decência.
Ups… que conjugação!

Falta lealdade neste sentido: de responsabilidade e decência com o outro no trato, o simples principio de não fazer aos outros o que não gostariam que nos fizessem. Podemos fazer ao outro o que bem entendermos, não é connosco, mas a chamada “lei do retorno” um dia cai-nos em cima. Gostaria muito que isto não acontecesse, que não me acontecesse nem mim, nem a ninguém, mas parece que só assim conseguimos valorizar as pessoas que são efetivamente leais.

Encontrar pessoas leais também pode ser orgásmico. Quando percebemos que a pessoa é verdadeira, que é mesmo assim, que o que diz não é da boca para fora, que faz e sente aquilo que diz, que demostra como é, que não arranja desculpa ou se justifica com os males que a vida lhe infligiu, que tenta fazer o melhor, que se disponibiliza com vontade para ajudar ou conhecer o outro. Caramba, como isto é bom e raro!

Na falta de lealdade e de orgasmos o mundo fica um sitio muito cinzento! Melhor será, se tivermos a combinação dos dois. Ou lealdade apenas com lealdade. Os orgasmos podem ser solitários, o que não os faz piores do que os prestados com assistência, é tudo uma questão de ponto de vista. Em ambos os casos, o que conta é a essência e se são  reais ou puros fingimentos.



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