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Responsabilização

Como diz o Principezinho: “tu és eternamente responsável pelo que atrais.”
E é bem verdade, sem nada de dramático. Existem padrões de comportamentos que atraem determinados factos e determinadas pessoas para a nossa vida.

Pessoas com um determinado tipo de comportamento ou que agem connosco num tipo de comportamento que reconhecemos de outras interações e situações recorrentes que se vão repetindo, essencialmente porque não as resolvemos no momento certo. E assim vão surgindo para que as atitudes ou as nossas respostas a elas se alterem. Se fizermos sempre o mesmo, não vamos estar certamente à espera que as coisas mudem. Parece-me óbvio…

Algumas situações são particularmente difíceis e só nos queremos ver livres delas e essa nossa fuga, que nos liberta no momento, responsabiliza-nos. Porquê? Porque na prática não apresentámos nenhuma solução para ela, não resolvemos nada, simplesmente adiamos o inevitável para uma outra vez. Nem sempre nos envolve só nós, o facto de não solucionarmos a questão ou de não a confrontarmos pode comprometer o futuro e o presente de terceiros. Por isso, as nossas decisões nem sempre são questões só nossas, e faz sentido, não estamos no mundo sozinhos. As questões do individualismo é que nos levam a crer que a importância das coisas reside na nossa esfera de ação, como se fossemos o sol com os planetas a girar à nossa volta. Somos muito mais do que isso, somos todo um eco sistema que depende do ambiente e da vida que o rodeia, é elementar na verdade, mas centramo-nos em nós próprios e insistimos em ignorar tudo o que acontece ao redor.  

Como diz num artigo que li ontem, “Dar e receber são polaridades da mesma energia.” Aplica-se lindamente nesta equação.

Se queremos amor e estamos dispostos a dá-lo não vamos gastar energia com pessoas que não estão dispostas a retribuir, mesmo que digam o contrário. Não é o que dizem que determina os factos é o que fazem ou que não fazem. É importante perceber isso, se aceitamos estar sempre a levar a carroça sozinhos, não estamos a contribuir para o nosso bem, estamos a remar contra a maré e comprometer a nossa autoestima e qualidade do nosso amor. O amor não é um sentimento unilateral, precisamos amar e receber amor em troca. Precisamos sentir que somos amados, que nos procuram, que procuramos e isso alimenta o que sentimos. É o mesmo que nos estarem sempre a repreender, não vamos conseguir sair desse registo, vamos sentir-nos diminuídos. Precisamos quebrar o padrão, somos nós que nos temos de libertar, o outro fará connosco sempre o mesmo porque permitimos, porque se habituou e porque eventualmente é uma pessoa egoísta e mal formada que vive centrada em si própria. São pessoas que nos sugam o brilho e isso não é aceitável.

Nós somos responsáveis pela nossa própria história, o destino ou lá o que for, põe-nos à prova.

Em ultima instância, somos nós que puxamos para nós estas coisas… mesmo que involuntariamente. A culpa é só nossa… porque aceitamos. Aceitamos que nos tratem mal, que nos rebaixem, que nos culpabilizem, aceitamos o pouco amor, a pouca amizade, a fraca qualidade de carácter, desvalorizamo-nos em prol do outro, em alguns casos porque acreditamos no valor do outro, em detrimento do nosso, e assim iniciamos logo mal o processo. A reciprocidade e valorização são caminhos da mesma moeda, eu dou e recebo porque existe respeito.

Invariavelmente quando mudamos, o mundo muda connosco. 



Encontrado em blog.freepeople.com

Comentários

  1. Olá Sofia,

    É bem por aí. Dar e receber, perceber, entender, falar, ouvir e ser ouvido. E como no teu título sentir-se responsável pelo que atraimos é muitissimo importante.

    O saber aceitar também é importante, tipo saber viver com a matéria prima que se tem. É claro que com isto perdemos muitos barcos, e também haverão imensos comboios para destinos espetaculares que perderemos pq as nossas pernas não irão dar para correr mais, mas enfim podemos sempre decidir ir de outra forma, ou esperar pelo próximo, sem culpas, sem destroçar...

    Beijinhos,
    Bruno

    ResponderEliminar
  2. Olá Bruno!
    É isso mesmo. Tudo faz sentido na vida, quer sejam obstáculos quer sejam recompensas. Não podemos dramatizar muito nem uma coisa nem outra. São sempre etapas e cabe-nos a nós perceber o que atraimos, o que fazemos e como podemos melhor. Acho que a isto também se chama crescer :))))

    Obrigado por leres e comentares.
    Beijinhos

    ResponderEliminar

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