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Catástrofes Naturais

É uma cabala! Pura conspiração.

Só pode! Que outra explicação haverá para que as vontades não conspirem a nosso favor?
As ganas que não se concretizam por motivos alheios às vontades.
Não se pode errar sempre, ou pode?

É a minha vontade que comanda o meu mundo. Todos os outros obedecem a regras próprias.
É o entra e sai, o fica e parte. Os que entram sem autorização, os que ficam sem que se deseje, os que partem sem aviso.

As palavras que ficam por dizer, os gestos que não se realizam. Os laços que nunca se chegam a reforçar. Será que se pode errar sempre?

Desejo e desejos que nunca se consomem, só se acumulam.
Os silêncios que incomodam. O manto da invisibilidade sem nunca deixar de estar visível.
O desprezo e a depreciação, parâmetros que registámos e eliminamos  já nesta vida e nas demais que se seguirão.

São as cartas e e-mails por responder, as respostas que se ignoram por falta de educação ou consideração. O tempo que não estamos dispostos a abdicar. A vida que nos esforçamos por manter incógnita. 

Não somos pouco ou nada. Somos tudo! Ficou definido logo no inicio do universo e no dia em que nascemos. São os números que se perdem, as chamadas que ficam por fazer, os vinhos que nunca se abrem. Os prazos de validade ultrapassados.

Os piqueniques no meio da chuva, as galochas na praia. Cães que caçam gatos e anjos que não se manifestam. Promessas e promessas por cumprir. Caem canivetes do céu!
Palavras soltas sem sentido, sem qualquer intenção de cumprir. Exigências unilaterais.

Irresponsabilidades verbais.

Multas que ficam por passar. Prevaricadores que insistem em não cumprir as leis, nem cedem ao bom senso. Não concedem apelos ao corpo. São foras da lei, sem compromissos e sem alma.
Loucura não é fazer tudo o que se pode e esperar retorno, loucura é não tentar e esperar milagres.

Podemos beber até perder os sentidos, só para facilitar o sossego do corpo e a paralisia do cérebro. Coração que bate mas não sente, corpo entorpecido e ânimo ausente.

Não se pode errar sempre, ou pode?



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